Projeto Mulheres da Mantiqueira
psicoterapia e arte fortalecendo os laços entre as mulheres da comunidade.
O Projeto Co-Criar – Mulheres da Mantiqueira
O Projeto Co-criar Mulheres da Mantiqueira aconteceu em duas edições. Na inaugural, em 2018, transcorreu em consultório, numa estrutura colaborativa livre. No ano seguinte, a Fundação Cultural Cassiano Ricardo acolheu o projeto, promovendo-o dentro de seu polo em São Francisco Xavier, fornecendo, então, o espaço, o material que seria utilizado e a divulgação. A terceira edição chegou a ser preparada, mas o processo pandêmico colocou todas as pessoas em urgência de rearranjarem seus horários, espaços e atividades, e a versão online não conseguiu se consolidar, de fato.
Foi um projeto muito incrível, porque foi muito pouco exigente, do seu público e produziu resultados de grupo e individuais, fantásticos!
A base do projeto foi promover uma interação entre mulheres, fortalecer laços, promover sororidade e criar vínculos sociais que tenham valores de alta qualidade social.
Pressupostos:
- Entendimento de que a ressignificação é um fenômeno que habilita deslocar um evento, através de um filtro útil, para um local, um território de maior ou menor poder.
Dessa forma, pode tornar um tema aflitivo em fonte de caminho de fortalecimento pessoal, seja através de retirar poder de um tema, quando ele for tirano e opressor, para alguém, ou conferir poder a outro, que não estava sendo utilizado em prol de uma existência mais potente, mais coerente e afirmada, do participante. - Eficácia do processo de ressignificação através de um trabalho de múltiplas faces:
1) expor questões pessoais relevantes para um determinado círculo de pessoas, sob facilitação e proteção de um profissional da psicologia;
2) adquirir diferentes parâmetros, observando como outro membro experiencia de forma diversa, sobre o mesmo assunto;
3) expressão materializada em apresentação elaborada para comunicar de forma não verbal, no formato dos quadros de tecidos que serão preenchidos com pintura, colagem, bordados, costura ou aplicações, que comporão a galeria de cada participante
Como funcionava?
Toda semana, uma pessoa sorteava um tema, que seria trabalhado na semana seguinte. Em casa, elas produziam uma peça de tecido, que seria levada à sessão seguinte, e exposta, juntamente com as dos colegas, num painel.
Toda semana é guardado um momento de contemplação por todas as participantes, de todos os quadros. Existe uma espécie de ritualista nos encontros, que seguem o mesmo script, semanalmente. Isso deixa as participantes seguras e mais livres para se expressarem, pois são eliminadas possibilidades de inadequação. Os quadros de uma participante serão como telas projetivas aos demais, despertando, de forma diferente, novas possibilidades sobre os diferentes temas, em cada um.
Sobre o momento de interação, algumas diretrizes: As perguntas devem ter uma boa forma de comunicação, ser não-violentas, como um exercício de respeito à alteridade, além de que não é permitido dar sugestões para “solucionar” questões alheias.
Ao final do trabalho, cada participante terá consigo o número de quadros relativos às sessões de que participou, e fará, com eles, uma galeria, no formato de um painel de retalhos. Finalizadas as sessões temáticas, as colchas podem montadas em mutirão, ou individualmente.
Esse trabalho é rico de detalhes em sua execução, e ainda assim é leve, lúdico e mobilizante.
Galeria e Referências originais
Fachada da Biblioteca Solidária do distrito de São Francisco Xavier , onde acontecerão os encontros / Foto: Divulgação
Biblioteca Solidária
Rua Quinze de Novembro, 50 – Distrito de São Francisco Xavier
(12) 3926-1651
link para a reportagem original.
Publicado: Domingo, 17 Fevereiro 2019 06:43
Galeria de Imagens
Perfil
Sonia Luz é psicóloga clínica e já liderou grandes grupos de empresas multinacionais. Estudou psicologia na UFRJ e, atualmente, trabalha com orientação fenomenológica existencial de adolescentes e adultos, com encontros individuais e em grupos.